domingo, 28 de março de 2010

Dia de ramos

Querida R.
Hoje seria dia de receber o teu ramo;não pelas razões que hoje em dia se invocam (dar o ramo à madrinha/padrinho),mas porque a nossa Amizade nos levava a desejar o melhor uma á outra.
E foi contigo que aprendi o significado de cada flor,de cada planta:
a espiga - que haja pão (isto é, que nunca falte comida, que haja abundância em cada lar);
o ramo de folhas de oliveira - que haja paz (até a pomba da paz traz no bico um ramo de oliveira) e que nunca falte a luz (divina), isto porque dantes as pessoas alumiavam-se com lamparinas de azeite, e o azeite faz-se com as azeitonas, que são o fruto da oliveira;
as flores (malmequeres, papoilas, etc.) - que haja alegria (simbolizada pela cor das flores). O malmequer ainda significa ouro e prata, a papoila, amor e vida e o alecrim, saúde e força;
a videira – que haja vinho e alegria (se bem que por vezes, um leva ao outro...);
o alecrim – que não falte saúde e força.


E a meio da manhã,telefonavas :"Já cá tens o teu ramo e o café à tua espera."
Era o nosso ritual dos Domingos de ramos.
"Guarda-o até para o ano"-dizias,depois de me abraçares tão carinhosamente como se tua filha fosse.
Sabes R.,ainda tenho o teu último ramo...e saudades tuas!
Um beijo onde quer que estejas.

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