quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Até amanhã se Deus quiser


Todos os dias,quando chego àquela sala, lá estão eles.Ele numa cadeira de rodas,num discurso constante, sem nexo.Ela de olhar perdido e sorriso triste, sempre atenta aos movimentos dele;enquanto ele fala ininterruptamente, ela dá-lhe água,ajeita-lhe o cabelo,faz-lhe uma ou outra pergunta para lhe quebrar o ritmo.Olha, encolhe os ombros e sorri envergonhada quando ele solta uma ou outra asneira.
Chegam os bombeiros e lá vão eles:ele empurrado pelo bombeiro e ela atrás, silenciosa, cabisbaixa,soltando um tímido"até amanhã se Deus quiser".
E fico ali,a pensar em como há vidas que não serão um mar de rosas.

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